sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

MEU EPITÁFIO


“Hoje sai de cena alguém que fez da vida um espetáculo. Não se omitiu de seus direitos, deveres e defeitos de homem. Viveu com arte, alegria, companheirismo, intensidade e incrível maestria. Fez do riso uma marca, das letras um estandarte, do teatro um símbolo, da Pátria um ideal. Seu brilho, propositadamente, nunca ofuscou o brilho de outrém. Sua luta nunca foi destrutiva, vã. Como todo homem, conquistou vitórias e amargou derrotas, mas sempre aprendeu com as duas.
Foi sucesso de bilheteria e fracasso de crítica. Foi amante da boa música, do bom humor, das boas causas, das grandes idéias, da verdade absoluta, das sólidas amizades, das boas companhias e das belas mulheres. Na família, onipresente como pai e dedicado como esposo. Na sociedade foi modesto profissional, mas abnegado cidadão. Como criatura, foi soberbamente humilde, fraterno, solidário e temente a Deus.
Como muitos, foi perseguido, discriminado e ultrajado. Como poucos, doou, perdoou, confiou, respeitou e acreditou. Por fim, incansavelmente, como a maioria dos mortais, amou sem, no entanto, ser amado na medida em que esperava. O pó que agora retorna à terra, fez da caneta sua espada, do conhecimento sua armadura, do mundo justo sua utopia e da morte a sua derradeira glória”.

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