quarta-feira, 30 de agosto de 2017

ESCRITOR GAVIONENSE ADOÇARÁ O DIA A DIA DOS BAIANOS COM SEU POEMA

ESCRITOR GAVIONENSE TERÁ POEMA DIVULGADO NA BAHIA AO LADO DE GRANDES POETAS BRASILEIROS


O professor de Língua Portuguesa Sérgio Silva, teve o seu poema intitulado "Nem Sempre" selecionado pelo Projeto Doce Poesia, em Salvador, a capital baiana. O resultado foi anunciado neste ia 31/08 pelos organizadores do certame.
De 17 de setembro a 8 de outubro o projeto DOCE POESIA DOCE estará distribuindo gratuitamente nada menos que 10 mil “poesias doces” (poesias impressas embalando balas doces) em praças, escolas, hospitais e postos de atendimento em Salvador.
Metade das 10.000 “poesias doces” celebrará a obra de poetas consagrados da língua portuguesa, como Castro Alves, Fernando Pessoa, Gregório de Mattos, Álvares de Azevedo, Florbela Espanca, Gonçalves Dias e muitos outros.
Já a outra metade das poesias foi selecionada a partir da Convocatória Doce Poesia Doce, que possibilita que poetas de todo o Brasil participem do projeto, estando o poema do autor gavionense entre os escolhidos.
Para Sérgio Silva, ex-Secretário de Cultura do Município, "é uma satisfação enorme poder levar o nome de nossa cidade por meio dos textos que escrevo. Ter seu poema circulando em salvador, terra de Gregório de Matos, ao lado de grandes nomes de nossa literatura é a maior recompensa para um apaixonado das letras". Confira o poema selecionado!


                                                                                                      NEM SEMPRE

Querer nem sempre é poder;
Nem sempre se pode querer!

O que se vê, nem sempre se toca;
O que se toca, nem sempre nos vê.

O que se quer, nem sempre se consegue;
O que se consegue, nem sempre se quis.

Quem espera, nem sempre alcança;
Nem sempre se alcança o que se esperou.

O que se anseia, nem sempre se busca.
O que se busca, nem sempre se ansiou.

Quem ama, nunca esquece.
Quem esquece, nunca amou...


domingo, 13 de agosto de 2017

DIA DOS PAIS: O VERDADEIRO PAI NUNCA SE AUSENTA!

       O ser humano é mesmo um ser muito complexo. O dia dos Pais, de forma geral, salvo algumas poucas exceções, costuma ser uma bem menos celebrada que o dia das mães, a páscoa, o natal...Porém, quando nossos pais não se fazem mais presentes fisicamente entre nós, esta data ganha maior valor e atenção dos saudosos filhos. A presença física dos pais é menos comemorada que a presença espiritual quando eles partem para outros planos. Porém, o que importa mesmo é celebrar, nesta data, a presença constante de nossos pais, seja física ou espiritualmente. Afinal, todos nós temos mais do que meras semelhanças físicas transmitidas geneticamente por nossos pais. Temos muito do caráter, dos valores, das crenças, dos sonhos e do amor de nossos pais conosco, em nosso corpo, nossas mentes, nossas almas.
          Por isso, celebro hoje mais um dia dos pais sem a presença física do meu velho, que partiu ainda jovem. Porém, no coração e na mente, habitarão sempre as presenças das boas lembranças, como quando, sem querer, a bituca do seu cigarro caiu sobre meu frágil corpo de criança e o fez abandonar o vício. Quando com a bicicleta emprestada do vizinho, aceitou por minha insistência a me auxiliar nas pedaladas pois era feita pra adultos. Foram poucas pedaladas e um tombo que ele não merecia cair, mas caiu comigo. E melhor, levantou-se e me levantou e continuamos a pedalar, como se nada tivesse acontecido e a rua toda não tive visto. Ainda tenho vivo nas minhas retinas o dia em que descobri estupefato que aquele sertanejo fustigado pela seca e pela dureza da vida tinha enorme sensibilidade musical ao tocar um acordeon emprestado, na casa do vizinho. Já adolescente, ainda embevecido pela mídia esportiva, pudemos comemorar juntos, a vitória da seleção brasileira na Copa de 1994, afinal, para ele, jogo da seleção era sagrado. 
          São tantas e inúmeras lembranças que nenhuma rede social comportaria tamanha postagem e, certamente, ninguém quisesse lê-la, afinal não temos mais tempo para as humanidades. Por fim, quero dizer a você que me lê, que tendo a presença física de seu pai contigo nesta data, faça dela e de todas as outras momentos de boas lembranças. A você, que não tem mais seu pai neste plano, a dica é a mesma: o verdadeiro pai nunca se ausenta, pois estará presente e vivo para sempre em nossos corações e em nossas imensuráveis lembranças.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

O PROFESSOR E A LARANJA


A imagem de um professor e uma maçã é muito comum em nosso imaginário desde a infância. Todavia, associar o mestre a uma laranja é algo pouco usual, embora seja interessante observar os fenômenos naturais e compará-los às atividades humanas. É surpreendente como essas metáforas podem nos auxiliar a refletir sobre posturas, ações e decisões. Com base numa laranja e no ato de chupá-la,  em todos os movimentos, espremidas e sugadas necessárias para se obter seu sumo, rico em vitamina C e frutose, tão importantes para a boa nutrição de nosso organismo, é possível tecer uma modesta analogia sobre o papel do professor na escola. Se tomarmos o professor como uma laranja e a escola e seus alunos como consumidores ávidos por seu delicioso suco do saber, a imagem que temos é de um profissional descascado, espremido e sugado até ás ultimas gotas no seu desgastante trabalho intelectual e pedagógico. As demandas da escola e os processos de ensino-aprendizagem minam as forças diárias de todo docente. A rotina diária da maioria dos professores brasileiros se dão em duas ou três escolas diferentes e isso, por si só, faz com que essa "laranja" seja literalmente virada do avesso ao final de sua jornada diária, reduzindo-o a um mero bagaço humano. Por tudo isso, o professor precisa se recompor continuamente. Ele(a) precisa se refazer, restabelecer o equilíbrio emocional e repor ordenadamente as energias. Como se não bastasse tamanha tarefa, cabe a esses profissionais alimentar os seus "alvéolos" com mais conhecimento, atualizando-o, acumulando-o e o redistribuindo por meio da partilha em sala de aula, sob o risco de tornar-se, com o passar do tempo e as agruras da profissão, uma laranja seca, azeda e com pouco conteúdo a oferecer.